Para mim, há um certo mistério
envolvendo o exercício da oração. Se Deus sabe tudo e tem todas as coisas sob
Seu controle soberano, como é que um pedido meu (ou da igreja) pode alterar um
plano de Deus? Mais ainda: como compreender que Deus queira fazer algo e fique
“esperando” até que alguém peça aquilo para, só então, entrar em ação? Em Mt
6.8 o Senhor Jesus afirmou que “o Pai
sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem”. Não obstante,
declara que devemos orar. Ou então, como explicar aquele impulso irresistível
para orar por alguém ou alguma coisa e descobrir depois que Deus atendeu a
oração? Terá sido mera coincidência, ou existe alguma ação interior do Espírito
Santo impulsionando tanto a oração quanto a resposta a ela?
Não
sei explicar. Mas acredito no valor e no poder da oração. Na Bíblia, Deus deixa
claro que deseja escutar nossas orações e que reage a elas. Veja-se, por
exemplo, a história relatada em At 12.5. O apóstolo Pedro tinha sido preso logo
depois que outro apóstolo, Tiago, tinha sido morto. Era certo que Pedro teria o
mesmo fim. Então a igreja em Jerusalém, consciente da situação, “ora intensamente a Deus por Pedro”, e
Pedro foi tirado da cadeia por um anjo de Deus. As orações da igreja foram
respondidas, e o rei Herodes ficou impotente.
Em
Lc 18.1-8 o Senhor Jesus usa de uma parábola para nos ensinar a “orar sempre e nunca desanimar”. Usando
o exemplo de uma mulher que, por insistência e persistência, obtém a atenção e
a decisão de um juiz, Jesus declara-nos que Deus se importa com Seus escolhidos
e lhes faz justiça; no caso, isso significa que Deus responde depressa ao
clamor dos Seus filhos.
Ao ensinar os
discípulos a orar, Jesus lhes disse para pedir: “Venha o teu reino”. A vinda e a expansão do Reino de Deus
vinculam-se com a oração do povo de Deus. Logo, se queremos ver o Reino se
expandindo a partir da presença e atuação da IECA, devemos fazer da oração um
instrumento de ministério – ou de guerra, se for o caso. A intercessão
fervorosa, o clamor incessante, o pedido indignado e a adoração reverente devem
compor nosso repertório de oração. Pela oração podemos ministrar tão longe
quanto nos países onde nossos irmãos estão sendo perseguidos e maltratados
(Coréia do Norte, Irã, Nigéria), países onde a miséria destrói vidas, famílias
e sonhos (Eritréia, Etiópia, Somália). Pela oração podemos sustentar
missionários em Moçambique, China, Palimi-Ú e Picos. Mas também fortalecer
irmãos-missionários em Terra Preta, Perdões ou Cerejeiras. Pela oração a igreja
pode desfazer os planos de quaisquer Herodes modernos, a fim de que o Reino de
Deus continue avançando, em Atibaia ou ao redor do mundo.
Oremos!
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