12 de setembro de 2011

Tudo posso naquele que me fortalece. Tudo mesmo?

Certa vez, foi perguntado a David Rockefeller, na época, o homem mais rico do mundo, quanto
uma pessoa precisaria para ser feliz. Sua resposta foi: “Um pouco mais do que ela já tem”. Uma pergunta
semelhante foi feita a Sócrates, na Grécia antiga: “Quem é a pessoa mais rica que existe?”. O filósofo
respondeu: “Aquele que está contente com o pouco, visto que o contentamento é a riqueza da natureza”.
Há uma evidente diferença de perspectiva entre o empresário do século 20 e o famoso filósofo do sexto
século antes de Cristo. De um lado, uma mentalidade materialista; de outro, um caráter desprovido de
ganância. A distinção mais profunda entre os dois homens está no grau de contentamento ou, se você
preferir, na razão ou causa da felicidade de cada um deles. Para um, a felicidade está ainda à frente,
dependendo do saldo na conta bancária. Já para o outro, a felicidade independe do que é material.

Em geral, as pessoas são comparadas por seu nível de riqueza (ou pobreza) - quanto ganham, que
carro ou carros têm, em que cidade ou bairro moram e qual o valor da casa em que vivem, quais lugares
frequentam e em quais revistas são citadas ou fotografadas. O resultado é mostrado na lista dos “100 mais
ricos”, por exemplo. Seria interessante comparar as pessoas por seu nível de contentamento. Está bem, sei
que isso é impossível, pois não dá para se medir contentamento, pois é algo subjetivo e depende do humor
momentâneo do indivíduo. Mesmo assim, insisto nessa ideia maluca. Faça uma pesquisa rápida e vai
perceber – talvez dentro de sua própria casa – que o descontentamento pode ser uma realidade para
muitas pessoas.

Numa época entre o tempo de Sócrates e o de Rockefeller, o apóstolo Paulo deu seu testemunho,
dizendo que tinha “aprendido o segredo de viver contente”, independentemente das circunstâncias (Fp
4.12). Talvez não fosse próprio de sua natureza ou personalidade ser um indivíduo contente. Quem sabe
até a sua tendência fosse exatamente o oposto, mas, estando em Cristo, ele descobriu que é possível
aprender o segredo de viver contente. Batendo de frente com tudo o que é representado pela perspectiva
do rico empresário, Paulo passou por enormes apertos financeiros, que o levaram a eventualmente passar
fome. Logo, o seu contentamento não estava ligado com fartura de dinheiro ou bens materiais. Paulo
também não concordaria com Sócrates, visto que a fonte do seu contentamento não era uma atitude
estoica de resignação nem contemplação ou endeusamento da natureza. A fonte do seu contentamento
– o segredo que ele descobriu – estava em Cristo. Ele afirma: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp
4:13). Materialmente, ter muito, pouco ou nada é secundário. O certo é que “todas as bênçãos espirituais”
já nos foram dadas por Deus em Jesus, e isso é suficiente para colocar todo o resto numa perspectiva
diferente.

Se fosse divulgada a lista dos “100 mais contentes da IECA”, você estaria incluído nela? Em que
posição? Sendo mais direto, deixe-me perguntar-lhe: Do que depende o seu contentamento? O que
determina o seu nível de contentamento em Cristo? Se você ainda está atrás do segredo, lembre-se que não
há segredo. Paulo deu a dica: “Tudo posso naquilo que me fortalece”. Tudo? Sim, tudo. Até enfrentar
dificuldades, penúria ou perdas. Vamos aprender?


Pr. Victor Michel

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